domingo, 12 de agosto de 2018

A Educação, o Alimento, o Direito e os Sinos




Começo por registrar que no 11 de agosto se celebra a criação dos cursos jurídicos nacionais. Denominou-se daí em diante, no Brasil, o dia do Advogado. Também se celebra nesta data o dia do Estudante e dia do Garçom. Somos, e escrevo na minha condição, um pouco disso tudo. Sugerimos de forma discreta ao juiz, aos professores e ao cliente famélico os argumentos que lhe deem razão, de forma que estes se convençam de os ter encontrado por conta própria.

O surgimento dos primeiros cursos jurídicos no Brasil ocorreu em 11 de agosto de 1827 com a criação de duas Faculdades de Direito: uma em Olinda, que deu origem à Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco e outra em São Paulo que deu origem à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, forjadas e criadas também por gente de sobra do Colégio Caraça - Catas Altas/MG.

Dado isso e para ser inovador – é preciso conhecer o passado, compreender o presente, daí, imaginar futuros, ensina Mestre e Professor Arthur Diniz. Um pouco, talvez, do que sabem as pessoas da área das Ciências Humanas ou Humanidades e outras que se somam nos saberes interdisciplinares – Educação, Pedagogia, Letras, Filosofia, História, Ciências Sociais, Arqueologia, Teologia, Estudos Literários, Geografia, Serviço social, Direito e História – denominam “Paidéia”. Gosto hoje de nomear, esse tronco, por Arqueologia do Agora, Direito Quântico, Filosofia Perene.

Escrevo,  suponho, cogito e falo, de forma breve - a essência, feixe de luz, átomo, faísca quântica, sol e sombra, para a energia deste texto e sua pretensão que saltará aos olhos do leitor, antes da conclusão - a partir destas duas condições: passado e presente, intuição, imaginação, esperança, arqueologia do agora, prospecção de futuros. Cada pessoa, leitor, ser humano, cidadãos, homens e mulheres dos direitos, todos intuímos futuros desde que razoavelmente convencidos que todo futuro é agora; fugaz, já passou. Por exemplo, na leitura imediata desta letra – signo - que adorna e sinaliza a fala, a escrita; a palavra.

Na nomeação do que se chama de efemérides; datas e ocasiões que celebram pessoas, instituições e acontecimentos, o 11 de agosto é dia, dos Estudantes, Advogados e Garçons, e o segundo domingo do mês de agosto, celebra o "Dia dos Pais", Circunstâncias e fatos tocantes, como os sinos que chamam à reflexão e inflexões. Ad perpetuam rei memoriam, é o brocardo latino que significa: (para a lembrança ou memória do fato/acontecimento).    

Permitam-me a atenção para contar breves fatos ocorridos comigo da aldeia e da oca de onde falo, agora. Sou meio índio. Nasci em 12 de dezembro, filho de Lucio e Eliane, no dia da Senhora de Guadalupe, Madroeira do México, da América Latina e dos Índios. Casa em frente aos “ferrinhos” da Rua Santa Luzia 141. Permanecemos lá, uma calçada de pedra firme, nos reune, pai e mãe, família, na casa de número 165. Doze ou meia dúzia, que diferença faz? 

Numerologia, sabedoria, a memória e o conhecimento autodidata, fazendário, financeiro fiscal e aduaneiro, servidor público da receita estadual, é coisa de meu avô paterno. Artesanato, lápis, escrita gravada, alianças, medalhas, óculos e relógios; consertar e concertar, a paciência e o tempo, comungar pessoas e família, veio do avô materno. Os dois avós tiveram as convergências necessárias e suficientes para construir raízes fortes, ainda que balançadas pelos naturais imprevistos e intempéries da vida. O ciclo da vida. A luta das espécies. O criacionismo de Darwin com grãos de tradições espirituais e éticas. Sustentaram o tronco, ao estilo da "Árvore de Ulpiano", como ensina a boa Introdução ao Estudo do Direito. Os galhos e ramos permanecem brotando. São e foram árvores. Madeira que cupim não rói. Braúna e Jequitibá firmes.  

Relato breve, ou quase breve, na boa metodologia da arqueologia (ciência que, utilizando processos como coleta e escavação, estuda os costumes e culturas dos povos antigos através do material (fósseis, artefatos, monumentos, escritos etc.) e o que restou da vida desses povos, pessoas e tradições. Sem estranheza, leitoras e leitores, sigo a contar e me comunicar. Quem não se comunica se estrumbica. O velho guerreiro está vivo e na essência individual deste escriba, presente.   

Por curiosidade, necessidade, formação, escolha e boa educação, sou desde menino, estudante da Natureza, da Educação, da Filosofia, do Direito, da Política e das Artes, da Matemática e das Ciências Naturais e Humanas; Humanidades. Do imemorial, Minguinho (pré-escolar), onde me alfabetizei, ao estudante de Escola Pública, em Carangola/MG, no Grupo E.E Melo Viana, (com o seu sino do pátio que chamava a todos, ao alimento e às datas e instantes necessários, começo e fim das aulas, alegrias, vitórias, lutos, merenda escolar na cantina, por professoras/servidoras da educação, cozinheiras, alimentadoras de saber e entusiasmo, do corpo e da mente, no início e final das aulas) do início do ano escolar em 1976 ao outubro de 1980. 

Prossegui, após passagem pela Escola Servita Regina Pacis de Carangola, ingressei e vivi o ano letivo de 1985 no Curso Promove de Carangola; em seguida, na Escola Estadual João Belo de Oliveira (sem sino, mas de portões abertos a partir de 1986, com boa merenda, amigos, amigas, professores e professoras queridos e determinantes, militantes de boas causas sociais e políticas, comecei a cursar Contabilidade no turno da noite e o curso Científico na parte da manhã). Concluí o ensino médio e preparatórios em Belo Horizonte nos Colégios Roma, Pitágoras, Soma e Companhia da História em 1989. Aprovado e mais bem formado e disciplinado, em seguida ingressei em 1990, por vestibular, e me formei em 1999 na Faculdade de Direito da UFMG, sob o Sino do Samuel.

Criada em 1892, em Ouro Preto/MG, muito e também, como desaguadouro dos valores e princípios do Movimento dos Inconfidentes de 1792. É a terceira instituição de ensino jurídica mais antiga do país. Faço parte, então da última turma do século XX, que consolidou a velha Escola da Praça da República, hoje Praça Afonso Arinos. A Casa de Afonso Pena, a Vetusta – chamado carinhoso - de muitos de seus filhos e filhas, nas suas diversas condições e circunstâncias. Noutro tempo e espaços, concerto e palavro mais sobre ela, a Vetusta, e todas as Escolas por onde andei.

Me permito pedir toda a sua atenção leitor para estes acontecimentos, porque ao contrário do que é corriqueiro, as lições, reflexão e o chamamento extraíveis do texto, como diz em texto inspirador o José Saramago, “não terá de esperar o fim do relato, saltar-vos-à ao rosto, não tarda”.

Os sinos – campânulas de bronze – do latim, signum, sinal, são dispositivos de produção de sons, tendo como função básica, a percussão, além da função espiritual e a sinalização. Basicamente, seu formato é o de cone oco que ressoa ao ser golpeado por um badalo, ou martelo, incluído dentro do sino ou em “malho”, peça separada.

Além da estrutura sonora, os sinos também são compostos por uma estrutura de madeira  ou de ferro que serve como contrapeso (além de proporcionar uma beleza artística), caracterizando o conjunto como uma estrutura complexa e composta por diversas partes, móveis e fixas, ensina o manual do IPHAN - Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (anunciado por iniciativas de um carioca, o Alceu Amoroso Lima e de Rodrigo Melo Franco de Andrade, mineiro de Belo Horizonte), entendendo os sinos e o barroco mineiro.

O planeta, o Brasil, Minas Gerais, as pessoas, neste nosso tempo, vivem e pensam; existem e resistem. Somos quase 7 bilhões de cabecinhas no planeta terra. Cada uma com sua história para contar. Indivisíveis nas nossas subjetividades, únicos e inteiros na totalidade da condição de indivíduos que vivem, por nascimento, regra e escolha em sociedade, tribos, clãs e famílias. Cidades. Mas o que se passa, qual questão que agita os tempos modernos, era da nanotecnologia, do tempo real, da física quântica, do mundo digital e por isso tudo, tempo e estar de modernidade líquida, como pensou e escreveu Zygmut Bauman. A tal sociedade em Rede do Manuel Castells. Redes de indignação e esperança, redes que aproximam e alienam. Redes que se comunicam e às vezes não sabendo usar, se trumbicam. De certo, polifônicas. Babilônicas, eis a questão! E então, educadores, estudantes, advogados e garçons - pequenos portos, pontilhões, pontes, povo, qual a causa, a questão do agora?  

Há uma angústia sentimento de desrazão e sensibilidades reinantes no tempo hoje. Tempos difíceis, vivemos todos. O embate entre a liberdade e o poder. Imaginem os miseráveis, nessa batalha! Primeiro viver depois filosofar, há quem diga. Divirjo respeitosamente. Creio na convergência do pensar e do agir. na possibilidade de uma concertação polifônica, que se estabeleça no espaço público, mediada e construída pela Política. Ação e razão sensível, críticas. Formar e educar, crianças, jovens e adultos, para a ação, o pensamento, para a vida na República. Alimento e agua servidos para todos, na diversidade e gratuidade. Dar tempero aos alimentos uma das receitas do livro I na República de Platão. Nos moldes de uma comunidade de iguais e diferentes. O mínimo existencial. Que haja pão, e haja agua e tempero para os alimentos. Educação integral para a cidadania. Política e Mística: Homo Politicus


Pouca coisa é necessário para esse diapasão. O povo brasileiro é bem educado, vai além do homem cordial do Sérgio Buarque de Holanda. Falta algo certamente. Nada colonizado. O caminho para a solução está aqui entre nós. Entre esses nós e algos, a formação humanista e de matemática/física e química, formação para o esporte e para a cultura. Junto e em conjunto, ler pensar e entender por meio de estudos da vida política brasileira a partir do sistema do coronelismo, que Victor Nunes Leal, no seu clássico "Coronelismo Enxada e Voto" considera como sistema político. Atualíssimo. Chefes políticos, proprietários de terras, senhores do bem e do mal, os coronéis - os do século XXI estão aí a solta e a toda e são proprietários ou prepostos de outros senhores, bens e coisas - são figuras marcantes na história e na prática política brasileiras. Como se faz e como se desmonta oligarcas e coronéis, chefes partidários que se aproveitam do sentimento popular até hoje? Dou o sino e o malho. 

Noções de Coisas como escreveu o Darcy Ribeiro e do modo que formularam aqueles filósofos Pré-Socráticos que vieram antes. Intuição, saberes básicos dos pontos de mutação, Tao. O pensamento oriental modernamente descrito e formulado por Fritjoj Capra. O método ver, julgar e agir dos grupos de base, do Jorge Boran. O senso crítico. Olhar, escutar, perceber as coisas, os sons e sinais que estão ao redor; e cuidar bem. O resto virá por acréscimo, como diz, escreve e ensina, Lucio Moyzes Mattos.

Os sinos dos educadores, dos advogados, dos garçons, dos mais diversos ofícios, trabalhadores das causas e saberes pela construção e defesa da liberdade, da democracia, da ecologia , da diversidade e dos Direitos Universais, precisam tocar, badalar mesmo. Se precisar nós, pai e filhos, ajudamos com o “malho”, tocando juntos em corda, chamamento tipo de mãe e pai, de manes, biológicos ou não; irmandade fraterna. O sino é a lingua portuguesa, com outras linguas e sotaques, é evidente, e com a matemática como mátria e fátria. Para compreender o presente e imaginar o futuro é necessário conhecer o passado. O malho é a ação Política. 

Vamos voltar no tempo, corsi e ricorsi, como ensinou o Giambattista Vico, – nasci em 1969, ano de muita coisa boa, década e anos de experimentações, inventividade, transformações; ano de vida em meio a ditadura nacional e pós, AI-5 e o 1968, que dizem não terminou e moldou o século XX, nos costumes e na política do pós segunda guerra. 


Nasço e renasço a cada dia. O saber e o sentir juntos. Veja, o Carlos Drummond de Andrade decifrou os Beatles em 69. O homem humano foi até a lua e pisou nela. Deixou o rastro, a pegada, o signo e sinal. Vamos em frente, pois "se o caminho é rumo ao céu", diz e pergunta um inglês bacana, o Bernard Shaw: "que importa as asas? Levanta e voa!" Ainda e sempre, todo dia, é tempo e hora de construir um país tropical, com direitos realizados, sem fome, saudável, democrático, diferente - vira-lata - mestiço, honesto, desenvolvido, educado, próspero, sustentável, justo e fraterno: civilização e farol do novo mundo. Toco o sino e o malho. Presente.  

P.S.: Dedico este texto, iniciado, pensado e rascunhado no 11/08/2018 aos meus manes, ascendentes maternos e paternos, sanguíneos: Antenor Portilho e Jorge Moyzes, João Hosken e Epaminondas Costa Mattos. Edgard Portilho e Manoel Costa Mattos. Ao meu pai, Lucio Moyzes Mattos que me ensinou, com minha mãe, o caminho de quase tudo; o necessário: deu régua, compasso, bolinhas de gude, luvas de boxe, arco e flecha, terra, fogo, agua e ar, deu educação romântica, amor, paixão pela vida, garra; além de aprender conosco, seus filhos e filhas sempre e também neste dia 12/08/2018, domingo, dia dos pais. Garra! 
                                                                
                                                                  ******     

quarta-feira, 18 de março de 2015

A melhor pergunta já feita a Caetano Veloso

C





Civilização e Alegria - coisas, valores, desejos realizados e sentimentos fundidos: Gregório de Matos, Marilia de Dirceu, Tomaz Antônio Gonzaga,  Barroco Mineiro, Colégio do Caraça, José Bonifácio de Andrada e Silva, Domitila de Castro Canto Melo/ Marquesa de Santos, Arcadas do Largo de São Francisco, Faculdade Olinda e Recife, Gonçalves Dias, Canção do Exílio, Pico da Bandeira, José Tomás Nabuco de Araújo Filho, Escola de Minas de Ouro Preto, Santa Luzia do Carangola, Escola de Belas Artes, Machado de Assis, Tobias Barreto, Euclides da Cunha, Os Sertões, Santos Dumont, Rui Barbosa, Faculdade Livre de Direito, Belo Horizonte, CAAP, Cândido Rondon, Semana de Arte Moderna de 22, Heitor Villa Lobos, Mário e Oswald de Andrade, Tarsila, Manifesto Antropofágico, Macunaíma, Mensal de Arte e Cultura de Cataguases, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Roberto Burle Marx, Luís Carlos Prestes, As Cantoras do Radio, Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil, Amílcar de Castro,Manoel de Barros, José Lins do Rêgo,Virgulino Ferreira- Lampião Chatô, Noel Rosa, Pixinguinha, Di Cavalcanti, Manifesto dos Mineiros, Ary Barroso, Alberto da Veiga Guignard, Braguinha,Carmem Miranda, Orlando Silva, Guimarães Rosa, Sagarana,Victor Nunes Leal  Coronelismo Enxada e Voto, João Cabral, Luiz Gonzaga, Celso Furtado, Friaça/Maracanã, Concretismo/ Augusto e Haroldo de Campos,  Chacrinha, PETROBRÁS, Vinicius, João Gilberto, Tom Jobim, Auto da Compadecida, Ariano Suassuna,Grande Sertão:Veredas, Vila dos Confins, O Encontro Marcado, Dias Gomes, Lucas Lopes, Lucio Costa, Pelé e Garrincha, Norma Bengell,Nélson Rodrigues,CCP-UNE, Hélio Oiticica,,Athos Bulcão,NOVACAP, Brasília, Anisio Teixeira, Darcy Ribeiro, UNB, Francisco Julião, Miguel Arraes, Festival da Record, Reformas de Base, JUC e JEC, 1964, Sílvio Santos, Paulo Leminski, Frente Ampla, Ponte da Amizade, Pico da Neblina, Rede Globo, Hélder Câmara, 1968, Edson Luis, Zuenir Ventura, Vladimir Palmeira, Cesinha, Martha Vasconcellos, Zerbini, MASP, Marcio Moreira Alves, Jovem Guarda, Tim Maia, Wilson Simonal, João Saldanha, Zagalo, Tony Tornado, Gérson, Tostão, Pelé, Jairzinho,  Leila Diniz, Edgar da Mata Machado, Rondon Pacheco, Faça Humor Não Faça a Guerra, Glauber Rocha, Tropicalismo, Doces Bárbaros, Mutantes, Rita Lee, Beto Guedes, Lô Borges, Clube da Esquina, Geração Mimeógrafo, Raimundo Faoro, Sitio do Pica Pau Amarelo, Os Donos do Poder, Hélio Costa, Paulo Francis, Lucas Mendes, Carlos Castelo Branco, Gofrredo Telles Junior, Carta aos Brasileiros,  Anistia, Fernando Gabeira, Zico e Reinaldo, Tá Quem Guenta, Henfil,  Grupo Galpão, Kleiton e Kleidir, Coração de Estudante, Joãozinho Trinta, Milton Nascimento, Dante de Oliveira, Diretás Já, Fafá de Belém, Theotônio, Montoro,Tancredo, Gang 90, Asdrubal Trouxe o Trombone, Lulu Santos, Blitz, Eduardo Dusek, Rock in Rio, Roque Santeiro, Flávio Cavalcanti, Assembléia Constituinte, Armação Ilimitada, Guel Arraes,  Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, Kid Abelha, Titãs, Cazuza, Legião Capital Inicial, Balão Mágico, Djvan, Fábio Junior, Engenheiros do Hawai, Constituição de 1988, Palmas/TO, Paul McCartney no Maracanã, Almir Sater, Centenário Da Faculdade de Direito da UFMG, Indignação, Let me Try Again, Patrus Ananias, Ulysses, Itamar, Arnaldo Antunes, Chico Science, Margareth Menezes, Banda Magnificus, Calipso, Ayrton Senna, Real, Tetra, Romário e Bebeto, Tafarel e Dunga,  Mamonas Assassinas, Sertanejos, Forró Pé de Serra, Milton Hatoun, Órfãos do Eldorado, O Povo Brasileiro, Falamansa, Skank, Los Hermanos, Leite Derramado,Inhotin, Memorial DarcyRibeiro, BBB, Os Dois Filhos De Francisco, Lula o Filho do Brasil, Pornopopéia, Selton Mello, O Palhaço, Gonzaga de Pai Para Filho, Sobral o Homem Que Não Tinha Preço,A Fazenda, O Som ao Redor, Junho de 2013,  Copa do Mundo Brasil 2014, Processo Eleitoral de 2014, The Voice Brasil






terça-feira, 17 de março de 2015

Rosamundo - João Bosco

Rosamundo






Rosamundo (Na onda que balança, 1994)

No urubuquaquá
Onde é que fica isso
Fica no pinhém
Manda o recado
Toca o sino sacristão
Quente quente
Comendo um
Quente quente
Comendo um
Quente quente
Comendo um
Quente quente
Comendo um
Um violão
Um violão
Na cantoria
Quando a pinga tem razão
Mente mente
Quem ama um
Mente mente
Quem ama um
Mente mente
Quem ama um
Mente mente
Quem ama um
Só coração
Só coração
Viver no oco
De uma pedra
No vesúvio
Quero estar em cordiburgo
Quando aquele trem passar
Subindo acima
Lá no céu que me ilumina
Vou cortando com machado
Lenha pra rimar
Ah! ah! o verso quando alastra
É música que o vento
Zune no lugar
Ah! ah! o moço até disfarça
Mas não perde a graça
De rosa no ar

domingo, 18 de janeiro de 2015

Passarinhos, Papagaios, TEMpO de vOO


TEMpO de vOO




"
"Sou frágil o suficiente para uma palavra me machucar, como sou forte o bastante para uma palavra me ressuscitar."
Bartolomeu Campos de Queirós



BEIJOS, Obrigado!

de Papagaios-MG, em Carangola-MG e em Belo Horizonte-MG

domingo, 6 de janeiro de 2013

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

SAIDEIRAS...

SAIDEIRAS...


2012 começou com  muita chuva, tempo fechado; e termina com muito sol, céu azulzinho...


                                           ***
Foi Brasília, BH, muito Carangola; muito sentimento de pertencimento de planeta, de Brasil e de América Latina.


                                            ***
Reencontrei e passei belos momentos com a família, com velhos amigos e amigas. Encontrei novas pessoas, afetos e amizades.
                                            ***
Carinhei meus pais; muito. Recebi de volta, como sempre. Voltei, muito, para a raiz. Energia recebida e trocada.


                                            ***
A família aumentou com um sobrinho lindo e sorridente nos lábios e nos olhos (da cor do céu).

                                             ***
Viajei. Apertei os cintos nas turbulências - atento ao aviso. Voltei! "Viajar, mais que tudo, é retornar";  fraseou, sabiamente, Abgar Renault.




                                            ***
Foi um período de encontro com novos mundos e de encerramentos de outros.                                          



***
Reatei laços. Desfiz os que os que já estavam apodrecidos e senti o ar puro que ainda existe noutros recantos do planeta.
                      ***
Senti as perdas e comemorei muito as vitórias; as minhas e as coletivas. Gratidão pelas bençãos, pela união e ajuda das mãos amigas - as vezes invisíveis - "coisas desse universo invisível", como tuitou uma amiga muito especial e querida; maravilhoso, eu completo.
                                             ***
Ouvi belas músicas, sons - inclusive os da natureza, o canto dos passarinhos, das àguas dos rios, das matas, do mar e de montanhas altas -; ouvi o silêncio - sobretudo o meu.


                                             ***
Ainda assim, palavrei; sou um falante - com ouvidos atentíssimos: pelo telefone, olho no olho, prosa aberta, franca, sorridente, solta, leve, outras duras como e quando tem de ser. Pela internet, iniciei este blog. Tuitei, escrevi e respondi longos e curtos emails, facebookeei; troquei mensagens, recomendei, postei, curti, descurti, escrevi e debati - quando necessário. Conectei e me desconectei.


                                                        ***
Assisti bons filmes e me encantei e emocionei  bastante com o francês: " E se vivêssemos todos juntos?".


***
Li alguns livros. Reli muito mais. Fazia tempo que eu queria isso. Reler é bom demais. Outro leitor. Outras leituras e fascinantes descobertas nos traços e marcas do que/como um dia já fora lido. 


***
Voltei a cozinhar. Experimentei novas receitas e sabores. Voltei a sentir o gosto e cheiro de sabores da infância e da adoslescência/juventude.
                                                                      ***  
Cuidei da saúde física e espiritual, minha e dos meus próximos.
                                                                      ***
Passei uma excelente e singular data no dia 12/12/12 - que não se repetirá para mim - junto e ao lado de pessoas muito amadas e queridas.
                                                                      ***
Tive belas epifanias.
                                                                      ***
Escrevi muitos rascunhos.
***
Não vi meu time de coração erguer troféus durante o ano, mas fiquei feliz e esperançoso com a vitória, a posse e sobretudo o discurso de posse do novo presidente do clube que falou palavras diferentes - além do futebol...


          ***
Me choquei, indignei, escrevi, tuitei e combati contra as sacanagens perpetradas com o dinheiro e as coisas  públicas no Brasil e no meu Estado; contra o espetáculo midiático e "mancheteiro" das grandes redes e corporações - que os "incautos" parecem ainda não terem aberto os olhos para o que realmente está em jogo.. ( Tempos de ódio?) "Derramento de bilis, não combina com a produção de neurônios", disse mansamente o ex- presidente e ministro do STF, Ayres Britto para um dos "jornalões" paulistas. Não são músicos, mas a orquestra toca afinada. Não são esportistas, mas fazem belas jogadas.  
                                                                            
Na minha aldeia - Carangola, foi eleito um prefeito que ninguém conhece. Mas como assim? É, isso mesmo... Quem o conhece é Pedra Dourada/MG, município vizinho de onde ele foi prefeito e agora elegeu sua esposa. O resto da história perguntem para a Justiça Eleitoral, ao Governo de Minas e principalmente ao Secretário de Governo Danilo de Castro e ao seu filho Rodrigo, Deputado Federal. Eles devem saber explicar. Nem eu, nem a maioria da cidade não sabemos; ainda. Mas nem por isso, deixarei de torcer para que ele faça um bom mandato justificando os votos recebidos dos carangolenses e dos que escolheram Carangola como sua terra e  honre os votos recebidos, a cidade, suas esquinas, sua gente, suas nuances, glórias e mazelas; sua História, que ele certamente não conhece.

                                                                               
***

Falei que em 2012 foi muito Carangola. Se muita coisa boa que ocorreu não tivesse acontecido, esse reencontro já me bastaria para tornar o ano realizado. Participei por exemplo, novamente, neste dezembro do 26º encontro de final de ano da minha turma  - a "pelada de final de ano". Carangola não é Caratinga, que pariu Ziraldo. Mas é terra de muitos artistas, dos bons - mesmo - e pariu, entre outros, o Sandro Leal - violeiro, artista, frasista - que ao soltar uma de suas, no encontro da turma em julho: "Mulher Não é Homem Não", deu o tom e nome deste encontro de dezembro. Proponho - já que as pernas e as barrigas (dos homens, claro. As meninas continuam lindas.) não nos permitem correr os 90 minutos, que tomemos a bela/sábia frase do Sandro, que é Leal desde o nome, e façamos em 2013, vídeos, crônicas, pinturas, músicas, bloco de carnaval e o que pintar na cabeça da moçada que continua, amiga, unida, trabalhadora, debochada, bem humorada e pra lá de... criativa!!! 



 ***

Entre as grandes "perdas" do ano - uma muita sentida foi a do gênio Niemeyer. Não escrevi aqui no meu espaço - que não é do Zuckerberg e é meu, por enquanto. Alguns bobocas, polemistas e até grandes amigos disseram suas impressões e críticas. Talvez não conseguiram ver as coisas além da reta e do quadrado, ou ainda vivendo com o "complexo de vira-lata", bem fraseado pelo Nélson Rodrigues. Eu o considero gênio: da arquitetura e da vida. Não me recordo o nome agora, mas disse um renomado artista europeu que depois da Renascença a arquitetura só viveu uma grande transformação que foi com Niemeyer... Concordo, inteiramente. Grande frasista e dono de fina ironia e sabedoria, perguntado certa vez sobre sua música predileta, o nosso gênio disse que era a daí debaixo, que encerra este  post, e que eu compartilho, sempre otimista, com fé no mundo e numa humanidade melhor, desejando a todos um feliz, harmonioso e abençoado 2013!  

Canta Canta Minha Gente!